O Worldcoin, projeto liderado por Sam Altman (OpenAI), está ganhando força com a implementação de um sistema de identificação digital por biometria ocular — conhecido como “Orb” — em diversos países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido e outras nações da Europa. A proposta é simples: escanear a íris dos usuários para emitir uma identificação única chamada World ID, usada para autenticar humanos em um mar de bots e conteúdo gerado por inteligência artificial.
O que é o Orb
O Orb é um dispositivo esférico que fotografa a íris e cria um código biométrico exclusivo. O usuário recebe uma pequena recompensa em criptomoeda (aproximadamente US$ 42) em troca do escaneamento. As imagens brutas são deletadas, mas o código — gerado localmente e criptografado — permanece como prova de identidade digital.
Expansão global e rápida adesão
Até o momento, cerca de 12 milhões de pessoas já foram verificadas pelo sistema, e o projeto pretende atingir 50 milhões até o fim de 2025. A expansão ocorreu inicialmente nos EUA (com 7.500 Orbs instalados em seis cidades), seguida por países como Reino Unido, Alemanha e Japão.
Aplicações práticas e parcerias
Além de servir como verificação para redes sociais, perfis de namoro e serviços bancários, o World ID vem sendo integrado a apps de criptomoedas, com planos de parceria com gigantes como Visa e Match Group. A ideia é que os usuários comprovem que são pessoas reais para acesso a produtos e serviços digitais.
Desafios regulatórios e críticas
Diversas autoridades — da União Europeia, Reino Unido e Brasil — apontam riscos éticos e de privacidade ao projeto. O uso de estímulos financeiros para coletar dados biométricos foi questionado, e órgãos reguladores exigiram a exclusão de amostras de íris, especialmente de idosos e menores. No Brasil, o ANPD proibiu a oferta de incentivo financeiro para coleta de dados biométricos pelo Worldcoin.
Futuro incerto e potencial transformador
Apesar das controvérsias, Altman defende que a autenticação biométrica será essencial num mundo dominado por IA. Ele defende que o World ID será a base para identidades confiáveis no metaverso, aplicativos financeiros e sistemas de renda básica universal.
Por outro lado, especialistas criticam o risco de centralização de dados tão sensíveis em mãos privadas, alertando para possíveis abusos ou vazamentos que exponham milhões de dados irreversíveis