Uma revolução silenciosa está acontecendo na forma como os brasileiros usam a internet: o país acaba de se tornar líder mundial no uso de super apps — aplicativos que concentram múltiplos serviços em uma única plataforma.
Apps como iFood, Mercado Livre, Shein e TikTok estão deixando de ser apenas lojas, redes sociais ou delivery. Agora, funcionam como centros digitais completos, oferecendo pagamentos, serviços financeiros, streaming, reservas e até atendimento médico online.
O que é um super app?
O termo nasceu na Ásia, com aplicativos como WeChat e Grab, que permitem fazer quase tudo sem sair do mesmo app: pedir comida, pagar contas, conversar com amigos e até solicitar crédito.
No Brasil, essa tendência vem ganhando força por um motivo simples: praticidade. Em vez de baixar dezenas de aplicativos, os usuários querem resolver tudo em um só lugar.
Números que impressionam
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O Brasil registrou crescimento de 68% no uso de super apps em 2024, superando Índia e China em velocidade de adoção.
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7 em cada 10 usuários de smartphone no país já usam pelo menos um aplicativo desse tipo semanalmente.
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O tempo médio gasto dentro de um único super app chegou a 2 horas por dia.
Ponto de atenção: monopólio digital
Especialistas alertam que, embora os super apps tragam comodidade, eles também concentram dados e poder nas mãos de poucas empresas, criando ecossistemas fechados e dificultando a concorrência.
Segundo a pesquisadora Ana Paula Borges, da FGV:
“Quando um super app domina o mercado, ele controla não apenas as compras, mas também o fluxo de informações e até a forma como as pessoas se comunicam.”
O que esperar para o futuro
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Bancos digitais devem se transformar em super apps, integrando marketplace e redes sociais.
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Inteligência artificial será usada para criar experiências personalizadas e prever compras antes mesmo do cliente pensar nelas.
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Pequenos negócios terão que se adaptar para vender dentro dessas plataformas.
💡 O Brasil pode estar no início de uma nova era digital, onde seu celular será menos um aparelho e mais um “universo no bolso” — mas a comodidade vem acompanhada de um preço: entregar ainda mais dados para as grandes empresas.